O Edificio Fernando Távora

O Edifício Fernando Távora é o edifício projetado pelo conhecido Arquiteto Fernando Távora em 1964, construído pela Câmara Municipal de Aveiro e concluído em 1967.

O projeto original, integrado no “Arranjo da Zona Central de Aveiro”, plano de pormenor para a área central da cidade de Aveiro, foi realizado a pedido de Robert Auzelle, incluído por este arquiteto e urbanista francês no Plano Diretor da Cidade de Aveiro (1962-64), que realizou.

Na memória de muitos está ainda o edifício que albergava diversos serviços, com entradas independentes e distribuídos por cinco pisos (um dos quais em cave): Turismo (pisos -1 e 0), Secção de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública (piso 1), Serviços Culturais (piso 2) e Biblioteca (piso 3).

Ao longo dos anos, as novas exigências foram implicando algumas alterações ao edificado; é, porém, com as saídas do Serviço de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública e da Biblioteca Municipal (esta, em 1993) para o edifício do Largo Maia Magalhães/Rua José Estêvão, que se começam a operar profundas alterações, em virtude das necessidades dos serviços que para aí são direcionados: em 1998/1999, consequência da reabilitação do edifício dos Paços do Concelho, são aí instalados muitos dos serviços da Câmara Municipal, obrigando a uma imensa compartimentação dos espaços interiores, ao fechamento de todo o piso 0 (e consequente perda da extraordinária relação da Praça da República com o canal central da ria e o conjunto de fachadas Arte Nova, da Rua João Mendonça).

Reabilitado, agora, de modo a readquirir como central uma das suas funções primeiras, a de Biblioteca Municipal, o edifício acolhe, ainda, novos usos: espaços de coworking, loja do investidor (para promoção do Município), espaço polivalente (conferências, reuniões, exposições) e Arquivo Histórico. O projeto de reabilitação foi assinado pelo filho de Fernando Távora, o também Arquiteto José Bernardo Távora.

«Isto é, tratou‑se aqui de reabilitar sem pretender alterar um edifício, encontrar uma solução que, pelos seus equilíbrio e sentido de dignidade, pelas suas variedade e unidade, pelo rigor das suas proporções e a sua escala, e “sem deixar de ser aquilo que é”, pudesse garantir uma peça que corresponda à conhecida definição que Le Corbusier deu de arquitetura: “o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes sob a luz”.»

(José Bernardo Távora; o autor não segue o Acordo Ortográfico de 1990).